terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Aos que em breve virão


Por que escolhi a AJUP? Ouvir esta pergunta de olhinhos brilhantes colocou-me em uma situação delicada. Para responder a essa pergunta, eu precisaria fazer um resgate histórico do começo de minha graduação. Em menos de cinco minutos, contei minha história - uma capacidade de síntese bem distante de mim. Interessava-me saber, de pronto, o que a/o trazia para o projeto. E mais brilhante não podia ser a resposta: "essa alegria e esperança de vocês me contagiou".


Migrando para um pensamento coletivo, fazer a escolha de trabalhar com as pessoas oprimidas envolve a simplicidade e a ternura de ter esta luta como um espaço, primeiramente, de amor. Amor às pessoas e ao mundo, à possibilidade de construir histórias diferentes, de libertação, de emancipação. Porque beijar, poetizar, encenar, cirandar, cantar e debater são atos político-amorosos. Reflexo disso se dá na força e confiança de que o futuro não está dado e que transformar revolucionariamente é possível.

Foi bebendo da realidade de luta dos movimentos sociais e grupos organizados, que a AJUP Roberto Lyra Filho fez, neste mês de dezembro, os quatro primeiros módulos de encantamento e inicial desvelamento da realidade invisibilizada de quem luta por terra, moradia, dignidade, direitos no DF e entorno! Foi hora de identificar que precisamos de um modelo de educação popular em que todas/os sejam sujeitos que se libertam em comunhão e perceber que o direito estatal é apenas uma das várias formas de direitos, que existem não no mundo da lua, mas no meio da rua.

Exaustiva e gratificante - assim como o trabalho com os movimentos -, várias lições podemos tirar dessa primeira acolhida de novos membros da AJUP, mas fica a quase certeza de que bailarinas estão do nosso lado e que o funeral que queremos é apenas o da desigualdade.

Obrigada/o a todas/os que fizeram esses dois últimos finais de semana um espaço de amor e compromisso político para com quem escolhemos.


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