
Por
que escolhi a AJUP? Ouvir esta pergunta de olhinhos brilhantes
colocou-me em uma situação delicada. Para responder a essa pergunta, eu
precisaria fazer um resgate histórico do começo de minha graduação. Em
menos de cinco minutos, contei minha história - uma capacidade de
síntese bem distante de mim. Interessava-me saber, de pronto, o que a/o
trazia para o projeto. E mais brilhante não podia ser a resposta: "essa
alegria e esperança de vocês me contagiou".
Migrando
para um pensamento coletivo, fazer a escolha de trabalhar com as
pessoas oprimidas envolve a simplicidade e a ternura de ter esta luta
como um espaço, primeiramente, de amor. Amor às pessoas e ao mundo, à
possibilidade de construir histórias diferentes, de libertação, de
emancipação. Porque beijar, poetizar, encenar, cirandar, cantar e
debater são atos político-amorosos. Reflexo disso se dá na força e
confiança de que o futuro não está dado e que transformar
revolucionariamente é possível.
Foi
bebendo da realidade de luta dos movimentos sociais e grupos
organizados, que a AJUP Roberto Lyra Filho fez, neste mês de dezembro,
os quatro primeiros módulos de encantamento e inicial desvelamento da
realidade invisibilizada de quem luta por terra, moradia, dignidade,
direitos no DF e entorno! Foi hora de identificar que precisamos de um
modelo de educação popular em que todas/os sejam sujeitos que se
libertam em comunhão e perceber que o direito estatal é apenas uma das
várias formas de direitos, que existem não no mundo da lua, mas no meio
da rua.
Exaustiva
e gratificante - assim como o trabalho com os movimentos -, várias
lições podemos tirar dessa primeira acolhida de novos membros da AJUP,
mas fica a quase certeza de que bailarinas estão do nosso lado e que o
funeral que queremos é apenas o da desigualdade.
Obrigada/o
a todas/os que fizeram esses dois últimos finais de semana um espaço de
amor e compromisso político para com quem escolhemos.